Por Sabrina Medeiros
Representantes dos 14 portos delegados do Brasil iniciaram um debate para a reavaliação do atual modelo de gestão portuária do país, único no mundo centralizado no poder central. O tema foi pauta de uma coletiva de imprensa realizada na Intermodal South America, feira internacional de logística, transporte de cargas e comércio exterior realizado na quinta-feira (7/04), último dia dafeira, em São Paulo.
Unidos com o mesmo propósito, os gestores dos portos vêm trabalhando numa conversação comum sobre a atual política portuária no Brasil que impede a agilidade na implantação de projetos e compromete a economia. “Hoje, o investidor que quer se instalar em nossos Portos tem que passar por mais de 20 órgãos anuentes para poder se instalar. Nossa intenção é iniciar esse diálogo com o ministro dos Portos para que a atual lei dos portos seja modificada para proporcionar uma política que gere de valor público, e acompanhe a velocidade do nosso empresariado”, explicou à imprensa o CEO do Complexo Industrial Portuário de Suape, Bernardo D’Almeida.
A diretora jurídica do Porto de Paranaguá, Ana Wendpap, destacou que os portos delegados tem em comum o mesmo desejo. “Vemos que temos muito a contribuir com a execução da legislação portuária do Brasil, para que a gente traga os investimentos que o Brasil precisa, crescendo de forma sustentável e trabalhar junto com o Governo Federal para que a gente possa fazer as operações que precisamos”. Já o presidente do Porto de São Sebastião, Tércio Carvalho destacou que “os portos tem projetos prontos, mas a centralização dos processos torna essa execução lenta, afugentando o investimento estrangeiro, por exemplo”.
O grupo se reúne para entregar, nos próximos 30 dias, um projeto para a Secretaria dos Portos que propondo mudanças na Lei dos Portos. “Depois de três anos da Lei dos Portos entendemos que chegou o momento de reavaliá-la, adaptando-a para um modelo de gestão por resultado”, destacou Bernardo D’Almeida.