Por Grace Souza e Paula Lourenço
Na Semana do Meio Ambiente, o Complexo Industrial Portuário de Suape iniciou a recuperação de 413 hectares de Mata Atlântica situados em seu território entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. O início do plantio ocorreu no dia 5 de junho, com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente de Suape, Márcio Stefanni Monteiro, o secretário de Meio Ambiente do Estado, Carlos Cavalcanti, e o diretor-presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente, Paulo Teixeira.
Para restaurar o terreno cuja extensão equivale a mais de 400 campos de futebol, serão plantadas 66.680 mudas por mês. O investimento no plantio, que ocorrerá em sete meses, e na manutenção, ao longo de três anos, será de R$ 13 milhões. A área em restauração era ocupada por moradias irregulares e também servia para o plantio de cana de açúcar. O território compreende 16,7% dos 2.467 hectares da Estação Ecológica de Bita e Utinga. A unidade de conservação ecológica fica entre os reservatórios de Bita e Utinga, dois importantes mananciais hídricos da região.
Ao todo, serão plantadas 688.471 mudas de 45 espécies de plantas nativas. No entanto, dependendo da necessidade, essa quantidade poderá chegar a 60 espécies. São mudas de aroeira, cupiúba, embira vermelha, ingá, pau-brasil, sambaquim, sucupira e visgueiro, entre outras, todas produzidas no Viveiro Florestal de Suape, situado no Cabo de Santo Agostinho. “Com esse plantio, avançamos na consolidação da Estação Ecológica de Bita e Utinga e reafirmamos o compromisso de Suape com o meio ambiente, mitigando os impactos gerados pelo desenvolvimento econômico. Ou seja, é crescer com sustentabilidade”, comentou Márcio Stefanni Monteiro.
Para facilitar as atividades de restauração, os 413 hectares foram divididos em cinco setores, a partir da utilização de imagens de satélite. Isso permitiu classificar as unidades de acordo com o uso e ocupação do solo, possibilitando o emprego de técnicas de manejo mais adequadas para cada setor. “Portanto, todo o processo tecnológico utilizado está fundamentado no que existe de mais arrojado da ciência aplicada na restauração florestal”, afirmou o secretário Carlos Cavalcanti.
ZPEC - Criada em 2012, a Estação Ecológica de Bita e Utinga está localizada na Zona de Preservação Ecológica (ZPEC) de Suape, que pelo o Plano Diretor de Suape 2030 corresponde a 59% dos 13,5 mil hectares do Complexo. São áreas de mangue, restinga e Mata Atlântica.
De 2010 até hoje, Suape já restaurou 9 hectares de mangue, 61 hectares de restinga e 488 hectares de Mata Atlântica. Até o fim deste ano, serão contabilizados, ao longo desses anos, 972 hectares de restauração ecológica, com investimentos do Estado que somam R$ 24,2 milhões.
CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL – O Complexo de Suape recebeu ontem (4/6), em São Paulo, o troféu Benchmarking Brasil, uma das certificações mais respeitadas no País em melhores práticas socioambientais. Suape é o primeiro porto público do Brasil a ganhar a certificação e concorreu com outras 75 instituições, sendo 32 escolhidas, em uma seleção realizada por 15 especialistas de seis países diferentes. O case vencedor foi o Projeto de Pedagogia Ambiental, desenvolvido desde 2010 e que, ao longo de quatro anos, já formou 2,8 mil pernambucanos e pessoas dos estados vizinhos nos cursos e oficinas que oferece.
SOBRE SUAPE – O Complexo Industrial Portuário de Suape possui um dos melhores portos públicos do Brasil. No primeiro trimestre deste ano, o porto registrou a segunda maior movimentação de cargas em portos públicos do País. Foram 4,5 milhões de toneladas, ficando atrás apenas do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Em 2013, Suape bateu recorde histórico de movimentação, foram 12,8 milhões de toneladas, uma alta de 14,9% em relação ao ano de 2012. O último recorde havia sido registrado em 2011, com 11,2 milhões de toneladas. Para 2014, a previsão é atingir 14 milhões de toneladas.