Por Pâmella Cavalcanti e Paula Lourenço
A indústria de caldeiraria Máquinas Piratininga vai produzir no Complexo Industrial Portuário de Suape um módulo destinado a plataformas de exploração de petróleo para o consórcio brasileiro e japonês Schahin/Modec, contratado pela Petrobras para a construção de uma plataforma do modelo FPSO (do inglês Floating Production, Storage and Offloading). Pela primeira vez, um equipamento desse tipo será montado no Estado. O serviço deve ser realizado em um terreno de dois hectares no porto, suficiente para fabricar a peça por um ano. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo, Márcio Stefanni Monteiro, assinou o protocolo de intenções destinando a área à empresa pernambucana nesta quinta-feira (18/9), durante a 17ª edição da feira internacional Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro.
O investimento das Máquinas Piratininga para a construção do módulo de 33 metros de largura, 23 metros de comprimento, 32 metros de altura e 850 toneladas chegará a aproximadamente R$ 6 milhões. A peça deve começar a ser produzida ainda este ano, com a geração de cem postos de trabalho. Partes de sua estrutura serão feitas na sede da empresa, localizada no município de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, chegando para a montagem final em pequenos blocos até Suape. Concluído, o módulo será levado até o Porto de São Sebastião, em São Paulo, para ser conectado à plataforma que está sendo fabricada no local pelo cliente.
O módulo é uma espécie de subestrutura que compõe uma plataforma, podendo processar petróleo, gás, gerar de energia, entre outras funções. A estrutura a ser erguida em Suape, por exemplo, será utilizada para tratamento da água do mar em uma plataforma FPSO, construída a partir de um casco modificado de navio. Esse tipo de embarcação representa uma unidade de produção de petróleo flutuante, composta por unidade de armazenamento, processamento e sistema de transbordo (transferência) do material.
“A construção de mais esse módulo mostra que Pernambuco vem se posicionando como um ambiente promissor para as indústrias do petróleo, gás, naval e offshore”, comentou o secretário, dizendo que a construção dessa peça em Suape fortalece ainda mais o trabalho da administração do Complexo no estímulo à formação das cadeias produtivas. O Estado já conta com a produção de três navios Suezmax, um casco de plataforma para a P-55 e um navio tanque de conversão para a plataforma P-62 entregues à Petrobras pelo Estaleiro Atlântico Sul, instalado no Complexo de Suape desde 2008. Há ainda o Estaleiro Vard Promar, que entrou em operação em 2013, já lançou ao mar a sua primeira embarcação construída em Suape: o gaseiro Barbosa Lima Sobrinho. Além disso, a multinacional GE vem produzindo geradores para plataformas no Porto do Recife.
MÁQUINAS PIRATININGA – Há mais de 40 anos, a empresa de origem pernambucana atua no desenvolvimento de projetos, na fabricação de peças e equipamentos de tecnologia própria e sob encomenda, para empresas de açúcar e álcool, cimento e mineração, siderurgia e metalurgia, geração de energia, papel e celulose. É a primeira vez que entra no mercado de offshore. A caldeiraria funciona em uma área de 55 mil metros quadrados em Jaboatão dos Guararapes.
