Por Grace Souza
A experiência do Projeto de Pedagogia Ambiental de Suape servirá de exemplo para o governo de Angola. A declaração é do chefe de Planejamento e Ambiente do Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (Gamek), Rafael Neto. "Não tínhamos noção de que uma empresa pública desenvolvesse um projeto tão exitoso. Nos encantamos com tudo o que nos foi apresentado e vamos levar essa experiência para o nosso país”, disse. Ele fez parte da delegação angolana que veio em missão a Pernambuco, no último dia 10 de junho, para conhecer os programas ambientais desenvolvidos pelas empresas governamentais e foi recebida pelo coordenador de Educação Ambiental de Suape, José Roberto Zaponi.
Durante o encontro, Zaponi apresentou os resultados do Projeto de Pedagogia Ambiental de Suape, vencedor dos Prêmios Top Socioambiental da ADVB 2012 e 2013. Desde sua criação, em 2010, 2.076 pessoas já foram treinadas por meio dos cursos Livre de Educação Ambiental e Pedagogia Ambiental, e das oficinas Ecopedagógica e Ecológica. A iniciativa proporciona capacitações gratuitas com certificação de 40horas/aula, além de material didático (apostila, mídias e outros), camisa, alimentação (almoço e lanches) e transporte com saída dos centros do Cabo e de Ipojuca. As aulas são realizadas no Centro de Treinamento e em ambientes naturais do Complexo de Suape.
Além desse projeto, a comitiva também conheceu as outras ações que Suape desenvolve para mitigar os impactos sociais e ambientais existentes no Complexo. Segundo Zaponi, “são atuações imediatas e permanentes que estão mobilizando as comunidades para o uso de instrumentos e ferramentas sustentáveis na intervenção local”. Entre as iniciativas, destaque para o cumprimento da restauração florestal de 250 hectares. Para isso, Suape possui um viveiro florestal com capacidade para produzir 400 mil mudas nativas de mata atlântica por ano, além de destinar 59% de sua área à preservação ambiental.
A visita foi intermediada pelo Grupo de Pesquisas de Países da Língua Portuguesa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob coordenação da professora Maria do Carmo Sobral. O encontro contou com a participação de Sónia Isaac e Emanuel Gaspar, ambos do Gamek, entidade do governo de Angola responsável pela implantação e gestão de barragens e hidrelétricas no país, e Nailza Arruda, doutoranda da UFPE.