No encontro, foi apresentado um relatório parcial do diagnóstico faunístico presente no território
O Complexo de Suape realizou, na manhã desta quinta-feira (3), o I Simpósio em Defesa da Fauna, no auditório do edifício-sede da estatal. Na ocasião, foi apresentado o resultado parcial do estudo que traz um diagnóstico sobre a conservação da fauna nativa e espécies sinantrópicas (animais silvestres e exóticos que se adaptaram a viver em ambientes urbanos), presentes no território do complexo. O evento contou com exposições de iniciativas acadêmicas relacionadas ao tema, como o Projeto Galego (educação ambiental); EducaOcean (oceonograafia) e o Zoológico TricologiaBio (resgate de animais silvestres).
“Estudar a fauna é entender o ambiente em que vivemos. Para a empresa Suape é extremamente importante apoiar projetos que garantam o bem-estar de todos os seres vivos de um ecossistema. O evento de hoje vem apresentar resultados preliminares, mas que traz resultados expressivos do ponto de vista da biodiversidade da zona de preservação ecológica. O estudo está sendo desenvolvido nos principais grupos faunísticos presentes no território, como anfíbios, répteis, mamíferos, aves, insetos, peixes e macroinvertebrados, abrangendo sítios de amostragem, predominando os micro-habitats terrestres e aquáticos”, explicou Carlos Cavalcanti.
O encontro contou com uma linda apresentação da banda Lixofônica, formada por mais de 30 estudantes do ensino fundamental da rede pública municipal de Jaboatão dos Guararapes; de uma apresentação técnica do resultado preliminar do diagnóstico, realizada pelo professor e coordenador de campo da empresa Terra Ambiental, Mário Saviato, e de apresentações relacionadas à conservação da fauna, realizadas pela pesquisadora do departamento de zoologia da Universidade Federal de Pernambuco, Bárbara Moraes; pela bióloga com especialização em gestão ambiental da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Joice de Vasconcelos; pelo biólogo do Porto de Suape, Durázio Siqueira, e pela oceanógrafa da estatal, Danielle Mallmann.
Esse foi o primeiro estudo realizado sobre o tema no Complexo de Suape. O diagnóstico final poderá ser visto no início de 2026, momento em que as análises dos monitoramentos periódicos estarão completas. “Podemos frisar que esses resultados preliminares apontam para um ótimo cuidado ambiental da gestão pública com a fauna, a exemplo da constatação de espécies raras e migratórias que escolhem a região para passar uma temporada”, ressaltou o professor Mário Saviato.
O ESTUDO
A pesquisa preliminar confirmou a presença de seis grupos (espécies nativas e sinantrópicas), 53 espécies de répteis e anfíbios (herpetofauna), 82 espécies de mamíferos (mastofauna), 108 espécies de peixes (ictiofauna), 167 espécies de aves (avifauna), 362 espécies de insetos (entomofauna) e 144 espécies de outros macros invertebrados (macrofauna). Entre as 916 espécies encontradas, 23 estão citadas nas listas oficiais de órgãos ambientais como ameaçadas de extinção, a exemplo da perereca-de-bromélia, tapiti, tatu-bola, peixe-boi-marinho, gavião-gato, udu-de-coroa-azul e a raia-pintada.
SOLTURA
Em celebração à Semana da Fauna, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e voluntários do Complexo Industrial Portuário de Suape devolveram, à natureza, 90 animais silvestres que estavam sob os cuidados da instituição, no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetras Tangara), no bairro da Guabiraba, no Recife, na última sexta-feira (27).
As espécies que voltaram ao habitat de origem foram divididas em três grupos: pássaros (canários da terra, papa-capim, sabiá-laranjeira e rolinha); serpentes (cobras coral, jiboia e cobra-verde) e mamíferos (timbus, preguiças, gato do mato pequeno e raposa). A soltura aconteceu na Zona de Preservação Ecológica de Suape (ZPEC), na Unidade de Conservação Estação Ecológica de Bita e Utinga, uma área de proteção integral de Mata Atlântica, onde estão localizados os principais reservatórios hídricos do complexo.
