Em dois dias, consórcio contratado para realizar o serviço detalhou principais desafios e oportunidades para redefinir o planejamento territorial do Complexo nos próximos anos

O Complexo Industrial Portuário de Suape sediou, nesta quarta-feira (10) e quinta-feira (11), oficina participativa para apresentação da etapa de diagnóstico da revisão e atualização do Plano Diretor Suape 2030. O plano tem por objetivo revisitar todo o planejamento físico-territorial e estratégico da estatal frente às novas demandas de mercado e aos desafios impostos pelo atual cenário econômico. O trabalho de revisão encontra-se, atualmente, na etapa de Diagnóstico Situacional, em que foram aprofundados os estudos por 10 eixos temáticos. No primeiro dia, foram abordados os eixos temáticos relativos aos aspectos econômicos, saneamento ambiental, infraestrutura de transportes, serviços locais complementares, segurança e suprimento de utilidades. No segundo dia, os temas debatidos foram: gestão territorial, questões ambientais, patrimônio histórico e cultural, além dos aspectos sociais e habitacionais.

O auditório do edifício-sede da estatal lotou de convidados nos dois dias da oficina: stakeholders de diversos segmentos atuantes diretamente sobre o território do complexo. A eles, foi apresentado o diagnóstico inicial realizado pela equipe técnica do consórcio TPF-Ceplan, que assessora a equipe de Suape na revisão do plano. No decorrer do evento, foram apontados as tendências e os desafios que precisarão ser vencidos, projetos em andamento e as oportunidades para reposicionar Suape rumo ao desenvolvimento sustentável nos próximos anos. Tudo isso, levando em consideração o atual contexto econômico, social e ambiental nas diversas escalas de planejamento – local, regional e nacional - e as previsões para curto, médio e longo prazos.

Dentro dessa perspectiva, os convidados puderam interagir por meio de uma ferramenta on-line, em cada bloco de apresentações, e apontar que ações julgam mais importantes em cada tema trabalhado. Além disso, foram colhidas contribuições dos participantes. O consórcio também disponibilizou e-mail para colher novas contribuições. Os dados serão tabulados e utilizados como base de validação de alguns dos cenários apresentados. O prazo total de execução da revisão do documento é de 15 meses. O complexo, localizado entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, fica a 40 quilômetros do Centro do Recife.

Na abertura do evento, o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, agradeceu a participação de todos, falou sobre a relevância de revisitar os cenários econômicos e deu especial importância à questão ambiental. Enfatizou os danos causados pelas mudanças climáticas e ressaltou o papel de Suape no combate ao efeito estufa, por meio de crescimento equilibrado com sustentabilidade e preservação da área de proteção ambiental permanente. “O complexo tem compromisso com o equilíbrio ecológico desde a sua concepção. Vamos revisar o nosso Plano Diretor para nos adequarmos aos novos tempos, sempre com a preocupação de buscar o bem-estar de todos”, pontuou. Suape é um projeto de Estado e não de governos. O Plano Diretor é um instrumento que fortalece o planejamento a longo prazo desse ativo tão importante para Pernambuco”, complementou.

CENÁRIOS

O Plano Diretor Suape 2030 foi elaborado em 2011, após o complexo registrar o período de maior progresso de sua história. Na ocasião, o governo estadual havia anunciado aportes de recursos em investimentos da ordem de R$ 710 milhões. Esse volume era superior aos cerca de R$ 643 milhões já investidos desde a criação de Suape. Foram elaborados três cenários de referência para orientar a visão de futuro do complexo com metas e objetivos até 2030: de curto, médio e longo prazos.

Com a crise econômica instalada a partir de 2014, Pernambuco sofreu forte redução nas transferências federais, além de maior limitação de acesso ao crédito. Outras variáveis, como queda no Produto Interno Bruto (PIB) e alta no desemprego, mudaram alguns dos cenários previstos. Com tudo isso, muitos planos e investimentos esperados ou iniciados não chegaram a ser concluídos ou retomados. Essa nova realidade econômica, com impacto sobre os diversos sistemas produtivos, exigiu o redirecionamento do próprio modelo de desenvolvimento vigente no país e, consequentemente, no Estado.

REVISÃO CRÍTICA

Considerando esse cenário e a necessidade de atendimento às demandas de mercado, Suape está promovendo a revisão crítica e atualização dos instrumentos de planejamento, tomando por base o conjunto desses desafios e das novas variáveis e perspectivas para a economia nacional, regional e local, para os próximos anos. Em particular, a revisão do zoneamento atual do complexo, incluindo a atualização do leiaute portuário frente às novas tecnologias e inovações previstas para o setor, a exemplo da produção de hidrogênio verde.