Por Jéssica Lima
A nova era digital tem mudado muito mais do que a sua maneira de viver e ver o mundo. Indústrias espalhadas pelo Brasil têm focado seus esforços e investido na aplicação de novas tecnologias em seus parques fabris. É uma nova forma de conduzir o processo de manufatura, aliando a internet aos processos já consolidados de automatização e robótica. Tudo isso proporciona mais agilidade no cumprimento de metas e, por consequência, aumenta a satisfação dos clientes.
A frompet, empresa especializada na fabricação de pré-formas PET, já se encaixou nesse grupo e aposta cada vez mais na modernização dos seus sistemas. Quem visita o parque fabril, instalado no Complexo Industrial Portuário de Suape, pode conferir de perto o investimento feito pela empresa em sua modernização, com foco na agilidade para a entrega dos produtos, diante da crescente demanda de pedidos.
A empresa acaba de instalar o programa gerenciador Warehouse Management System (WMS). O sistema controla toda a produção, estoque e expedição dos produtos. Em sua estrutura, conta com 14 antenas wi-fi espalhadas por toda a fábrica, cobrindo 22 mil m². “Temos diversas câmeras espalhadas pela empresa e podemos acessar remotamente pelo celular como está a produção da fábrica em tempo real. Se acontecer algum problema, por exemplo, somos automaticamente avisados e a equipe da produção já entra em campo. A fábrica funciona 24h, todos os dias”, comentou, Marcelo Guerra, diretor da frompet.
Tudo está conectado. Desde os pedidos de compras à programação da produção, o cliente e o consumidor final. A cereja do bolo está na inteligência artificial. Uma vez que os processos estão interligados, sistemas inteligentes e cognitivos fazem análises em tempo real, buscando padrões, desvios e anomalias. Assim, os gestores podem tomar decisões táticas ou estratégicas de maneira precisa. Quando não, o próprio sistema age por si, de maneira autônoma.
Na fábrica, veículos guiados a laser agilizam o processo de produção em total sincronia com as máquinas injetoras existentes. A depender da máquina, são 96 pré-formas produzidas a cada cinco segundos. Cada equipamento possui particularidades e produzem pré-formas de gramaturas diferentes. A partir de então, o produto segue para a segunda linha de produção, passando por um auditor de qualidade que realiza a inspeção visual da caixa (que é hermeticamente isolada) e segue para o estoque.
“O nosso sistema de estoque já está programado de acordo com os pedidos de nossos clientes. São em média 25 a 30 caminhões por dia chegando na expedição com destino aos nossos clientes finais”, complementou Marcelo. A empresa acaba de adquirir a 14º máquina injetora e, com a sua chegada, a linha de produção passará a ter capacidade mensal para gerar 180 milhões de pre-formas PET. O parque fabril instalado em Suape ainda possui iluminação solar e um sistema de ventilação natural.
Quando iniciou sua operação em 2002, em Jaboatão dos Guararapes, a empresa possuía capacidade de produção mensal de 1.500 toneladas de flakes de PET e de 700 toneladas de resina PET-PCR. A partir de outubro de 2008, já associada ao VAL GROUP, aumentou sua produção para 25 milhões de pré-formas mês. A fábrica ultrapassou a marca de 1,5 bilhão de pré-formas vendidas no Brasil em 2016.
A empresa foi o primeiro emprego de Marília Ramalho, que é líder de controle de qualidade. Logo que chegou começou a trabalhar na inspeção das pré-formas e depois passou para a área de laboratório, até chegar no cargo de liderança. "As pessoas consomem água, refrigerantes e não sabem como é feita a embalagem. Então, até que chegue no nosso cliente, que é o produtor mesmo de bebidas, queremos que encontrem um produto de boa qualidade, disse.
Sustentabilidade
Em paralelo ao investimento massivo na evolução tecnológica da empresa, a unidade construiu e consolidou uma rede de fornecedores com a colaboração de associações de catadores, cooperativas e fornecedores de materiais recicláveis de todo o Nordeste. Estas garrafas PET chegam em fardos que são desmontados por um deballer, default para expelir todos os metais ferrosos e não ferrosos. Depois, passam por uma inspeção óptica que separa tudo que não é pet.
Na fase seguinte, novos fardos são compactados em prensas e enviados para a uma outra unidade do VALGROUP, a CPR no Rio de Janeiro. O produto volta para a frompet em Pernambuco, agora em forma de resina granulada pós-consumo reciclada (PCR). Em 2016, foram recicladas mais de 15 mil toneladas de garrafas plásticas pós-consumo arrecadadas, resultando na produção de 4.200 toneladas de resina PET-PCR.
A iniciativa adotada pela empresa acabou por gerar o reconhecimento de grandes setores da sustentabilidade. Entre os destaques, o Prêmio Vasconcelos Sobrinho de Responsabilidade Ambiental, concedido pela CPRH/Ibama. Foi eleita como a melhor empresa com projetos ambientais em Pernambuco. A empresa também ganhou o Prêmio Cidadania S.A, na categoria Relação com o Mercado. Já durante o 11º Congresso Nordestino de Ecologia, foi reconhecida como a instituição com melhores práticas ambientais do Nordeste, entre as 68 empresas que disputaram o prêmio. Conquistou o 1º lugar entre as grandes empresas recebendo o prêmio da Sustentabilidade, concedido pelo sistema Fiepe/CNI.
Confira o vídeo da linha de produção da frompet.