O setor portuário está em rota acelerada de transformação e Suape navega nessa boa onda, em várias frentes. A expectativa é entrar, com protagonismo, no esforço planetário pela sustentabilidade. Na quarta-feira, 6 de março de 2024, deu mais um passo adiante nesse sentido. Tornou-se signatário da declaração de intenção para participação na Aliança Brasileira de Descarbonização Portuária (ABDP).
A iniciativa foi lançada pelo Porto de Itaqui, do Maranhão, durante a 28ª Intermodal South America, uma das maiores feiras de logística, transporte de cargas e comércio exterior do continente.
Suape passou a coordenar, desde então, um dos grupos de trabalho sobre o tema descarbonização, em parceria com o Porto de Paranaguá (PR) e o do proponente, Itaqui. A expectativa é criar o plano de descarbonização, inspirado em uma iniciativa exitosa adotada pelos portos espanhóis.
Ao entrar neste movimento Suape está em sintonia com outras ações deflagradas dentro do seu território para reduzir os efeitos dos gases que geram o efeito estufa. Um Grupo de Trabalho de Descarbonização já foi criado na estatal.
O desafio desses profissionais é grande, mas não menos inspirador. Promover o engajamento das empresas e de stakeholders do complexo industrial nesse que é um esforço mais do que urgente em favor do meio ambiente e do planeta.
Até os mais otimistas poderiam ter dúvidas diante da acirrada concorrência, mas aconteceu. A primeira indústria de e-metanol do Brasil vai nascer em solo pernambucano, no território de Suape.
O investimento é de R$2 bilhões e tem assinatura da European Energy, empresa dinamarquesa, que incluiu o complexo industrial na sua estratégia de internacionalização da marca levando em conta as potencialidades do país e de Pernambuco na caminhada pela transição energética.
A fábrica ganhará forma e produtividade em uma área de 10 hectares, localizada nas imediações do Estaleiro Atlântico Sul. Por lá irão transitar 250 trabalhadores, responsáveis pela mão de obra que vai impulsionar o desenvolvimento de uma economia limpa. Outros 15 mil empregos devem ser gerados de forma indireta.
O projeto, que será deflagrado em 2025, com expectativa de conclusão em 2028, seguirá o modelo da moderna planta da Energy, na Dinamarca. A estimativa é de que 100 mil toneladas de e-metanol sejam movimentadas por ano no atracadouro pernambucano.
Combustível limpo que pode ser usado em transporte rodoviário, marítimo e aéreo, o e-metanol é obtido de fontes renováveis e livre de emissões poluentes, sobretudo quando é produzido a partir de uma matriz de hidrogênio verde. Que é a proposta para Suape.
O e-metanol é obtido a partir da eletrólise da água. Um processo deflagrado por meio da energia elétrica de uma fonte como pilha ou bateria, força uma reação química e que, por fim, separa o hidrogênio do oxigênio. É nesse virtuoso mercado que Suape emplacou a sua marca.
O e-metanol da European em Pernambuco já tem pelo menos um cliente certo. Vai abastecer os navios da também dinamarquesa A.P Moller-Maersk, gigante do segmento do setor marítimo que está construindo um terminal de contêineres 100% elétrico em Suape. O primeiro da América Latina.
Suape não perde nenhuma oportunidade de se mostrar ao mundo. Não foi diferente em outubro de 2024. A empresa foi a única representante brasileira do seu segmento econômico a participar da 15ª Reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em Genebra, na Suíça.
A vitrine não poderia ser mais importante. Ainda mais quando a pauta lança luz sobre questões que estão na linha de prioridades do complexo: sustentabilidade e transição energética.
A ONU deu ênfase a temas importantes, relacionados às commodities energéticas, por meio de atração de empresas com expertise em pesquisa e produção de hidrogênio verde, e-metanol, biocombustíveis, entre outras fontes de energias renováveis.