Longe de ser uma mera idealização, para Suape o futuro é palpável e está logo ali. O foco é 2035, ano em que a meta do Plano Diretor atualmente em execução deve ser atingida. O fio condutor é um planejamento estratégico inovador e a antecipação de uma série de desafios.
As perspectivas são otimistas, com projeções de crescimento, novas ações de sustentabilidade, investimentos estruturantes, avanço econômico e desenvolvimento social. De acordo com as projeções atuais, a movimentação de cargas pode crescer 64%. Também deve haver um crescimento notável da área de cais, com uma ampliação de cinco vezes a extensão atual, fazendo-a chegar em dez quilômetros.
Nos planos para o médio prazo, há a expectativa de que Suape assuma o posto de hub port da América do Sul. Isso deve colocar o complexo numa posição de protagonismo na atração de importantes operadores e armadores de linhas regulares. Mas o progresso também chega por terra, na forma de ferrovia.
O projeto ganhou fôlego novo e promete, enfim, se tornar realidade após ser recolocado nos planos atuais de investimento do Governo Federal, com a previsão da construção de um trecho de 548 quilômetros ligando Salgueiro, no Sertão pernambucano, ao Complexo Industrial Portuário de Suape, no litoral. O investimento para a realização das obras, oriundo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é de R$ 5 bilhões.
Isso vai reformular a logística da movimentação de cargas em todo o Nordeste e promete impulsionar uma nova fase de desenvolvimento acelerado na região. Graças à nova malha ferroviária, deve haver um redesenho nos modais de transporte de grandes volumes, que hoje dependem fundamentalmente de estradas e de caminhões.
Como consequência da ferrovia, e considerando a operação de um terminal de minérios e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) dotada de um segundo trem de refino, a movimentação do porto deve chegar a impressionantes 48,6 milhões de toneladas em 2030. O novo modal também tem o potencial de estimular fortemente mercados hoje limitados pela questão logística, como a distribuição das frutas cultivadas no Vale do São Francisco e da produção de gesso que movimenta diversas indústrias no Sertão do Araripe.
Mas a área de influência das novas possibilidades logísticas criadas pela união de forças da ferrovia e de Suape ultrapassa as divisas de Pernambuco. Outro enorme mercado que tem muito a ganhar é o chamado Polígono MATOPIBA. A região – formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – concentra uma produção expressiva de grãos como soja e milho. Por causa das limitações no transporte, esse volume expressivo de carga não passa atualmente por Suape, mas isso deve mudar, e muito, com esse projeto estruturado, transformando o complexo num importante ponto logístico para o escoamento da produção. As conexões com o Brasil e com o mundo ficam ainda maiores e mais fortes.
Nas imagens, veja projeções de como será o TechHub Hidrogênio Verde, o Terminal de Regaseificação, além do trabalho da draga para aumentar o calado do Porto Externo e do Porto Interno, imagens da ferrovia ( que será retomada) e dos ativos ambientais de Suape.
Se olhar para o futuro faz bem, imagina quando as projeções desenham um cenário otimista. Suape sabe disso e está atento ao que vem pela frente. Um estudo de Complexidade Econômica elaborado pela Organização das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (ONU) e pelo Observatório da Indústria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai/PE), revela números que traduzem um enorme potencial de captar novos negócios.
A capacidade do complexo industrial e portuário de atrair investimentos, de acordo com o estudo, é estimada em US$2,24 bilhões. A previsão também traz boas novas para o mercado de trabalho e para a economia.
Podem ser gerados 19 mil empregos, diretos e indiretos, com incremento de 3,13% (US$163,5 milhões) no Produto Interno Bruto de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, municípios que abrigam o território de Suape.
Tomando como referência sua atual base industrial, que agrega 83 empresas e em 12 polos industriais, o Complexo de Suape tem condições de expandir sua atuação, aumentar a complexidade dos produtos que fabrica e competir de maneira mais intensa em mercados globais.
Ásia e Europa são duas regiões, em especial, que surgem com mais oportunidades de negócios. O estudo, que levou cerca de nove meses para ser concluído, aponta que os novos potenciais estão em 141 produtos, em seis setores prioritários, tais como máquinas e aparelhos mecânicos; veículos; ferro e aço.