Suape

    O porto do desenvolvimento

    Suape nasceu há mais de quatro décadas e ficou gigante. O complexo funciona como uma cidade. É porto, é indústria, é inovação, é sustentabilidade. Tem posição geográfica estratégica, grande infraestrutura e vocação para hub port. O porto concentrador de cargas do Atlântico Sul. Seja muito bem-vindo e bem-vinda a essa incrível viagem.

    HISTÓRIA

    *As 12 primeiras fotos integram o acerco da Fundação Joaquim Nabuco/ Coleção Secretaria de Imprensa. 

    Suape nasceu oficialmente em 7 de novembro de 1978. E nunca mais parou de
    crescer, de se desenvolver, de gerar empregos, renda e de impulsionar a economia
    do estado e do país. Confira imagens históricas.

    Mais Infraestrutura e segurança com reforço do molhe de proteção

    Na linha do tempo de Suape, o ano de 1984 traz um marco histórico. A conclusão da obra do molhe de proteção da entrada do porto externo. Passados 41 anos, mais precisamente de outubro de 2024, o molhe voltou a ser destaque.

    Com investimento de R$123 milhões, foi deflagrada, naquele momento, a quarta e última etapa da recuperação da grande estrutura de pedra que garante segurança às operações de graneis líquidos, como petróleo, gás de cozinha e gás natural.

    A obra também se impõe de forma estratégica por conta das severas mudanças climáticas que preocupam o mundo. O aumento do nível do mar, como se sabe, é um dos impactos já amplamente observados.

    Essa intervenção no molhe, que é a quarta e última fase do projeto, prevê a recuperação de 1,8 quilômetro da grande linha de pedras de um total de 2,5 quilômetros.

    Quem é do ramo, sabe. A estrutura mais robusta faz a diferença porque permite que as operações ocorram com menos interferência das marés, além de atender a padrões internacionais de segurança e a legislação ambiental.

    Para Suape, só bônus. Afinal, quanto mais investimentos em infraestrutura, mais o porto avança nas suas possibilidades de ganhar competitividade no setor portuário do país e do mundo.

    Marcos

    Dragagem: Que venham os gigantes

    Suape nunca parou de crescer e andar na frente. A busca incessante pela eficiência operacional se mistura com a sua trajetória de sucesso. Mesmo já sendo uma referência como um atracadouro de águas abrigadas e profundas, fez mais um investimento milionário, com recursos próprios, e, em 2024, agregou um importante plus ao seu status de um dos maiores portos públicos do país: a conclusão da dragagem do canal externo.

    A profundidade do canal aumentou para até 20 metros. Sabe o que isso significa? Suape entrou na lista de atracadouros modernos o bastante, em ranking mundial, para receber embarcações de grande porte. Tipo o petroleiro Suezmax, um dos gigantes do mar.

    A dragagem é mais uma grande obra. Foram removidos 1.700.000 metros cúbicos de sedimentos, seguindo rigoroso cronograma de atividades licenciadas. Na intervenção, utilizou-se a maior e mais moderna draga do mundo, equipada com um sistema para mitigar impactos ambientais.

    Uma obra há muito tempo aguardada e necessária. A última etapa começou em dezembro de 2023 e foi concluída menos de cinco meses depois.

    O porto externo é onde estão concentradas as operações de granéis líquidos e da maior empresa do complexo, a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, que já está pronta para ser ampliada e duplicar sua capacidade de produção.

    Se crescer faz parte do DNA de Suape, é claro que a modernização é contínua. O mercado já está informado e atento. Uma ordem de serviço, com investimento de R$199,7 milhões, foi assinada em dezembro de 2024, pelo Governo de Pernambuco, para o início do da dragagem do canal interno.

    A profundidade passa de 15,5 metros para 16,2 metros. A obra também contempla a bacia de evolução de navios, potencializando a infraestrutura e a segurança portuária. 

    Após a conclusão, Suape vai se projetar como o porto público com a maior profundidade operacional para navios de contêineres no Brasil e o segundo maior para granéis líquidos. Também volta a chamar a atenção do mercado.

    Nem todo porto público ,afinal, pode anunciar que está pronto e preparado  para receber os maiores e mais modernos navios do mundo.

     

    Hub de Veículos avança e conquista chinesa BYD

    As conexões entre Pernambuco e a China se estreitaram em 2024. Um movimento que transitou por Suape e teve até dia marcado. A segunda-feira, 15 de abril, quando aconteceu, no porto, a megaoperação da montadora chinesa Build Your Dreams, conhecida em todo o mundo como BYD.

    Depois de navegar por 34 dias, o navio Zhong Yuan, chegou à costa pernambucana carregado de quase dois mil veículos. Para o sucesso da operação, realizada no terminal da empresa Tecon Suape, cada detalhe foi importante.

    Contou com a expertise de dezenas de profissionais e uma logística precisa. Para se ter uma ideia, os veículos foram transportados em contêineres adaptados para assegurar a integridade da carga no destino final. Deu tudo certo.

    A operação foi só a primeira de muitas outras. O Hub de Veículos de Suape, com toda a sua potencialidade e localização estratégica, que já concentra operações da multinacional Stellantis, também foi escolhido pela BYD como base de distribuição dos seus automóveis híbridos e elétricos no Nordeste brasileiro.

    Não demorou muito, portanto, e outras duas cargas da empresa desembarcaram em Suape, mas os dias 27 e 28 de maio foram especialmente importantes. O porto comemorou um novo recorde de movimentação de veículos.

    Dessa vez, a BYD trouxe exatos 5.429 carros de modelos variados e, pela primeira vez no Brasil, o navio Explorer Nº 1 BYD, construído pela própria empresa, atracou em Suape.

    A operação durou 48 horas, no Cais 5, e entrou para a história como a maior importação de veículos já registrada, até então, nas mais de quatro décadas e meia de existência de Suape.

     

    Suape em linha direta com a Ásia

    Quarta-feira, 06 de novembro de 2024. Bem que poderia ter sido mais um dia de rotina em Suape, mas foi bem diferente. Exatos 46 anos depois de sua criação, o porto que mudou a economia de Pernambuco, mostrou mais uma vez a que veio.

    O aniversário de Suape, naquela data, foi celebrado com a chegada do navio MSC Juliette, que marcou o início de uma inédita rota regular e semanal de longo curso entre a costa nordestina e o continente asiático. 

    A rota é realizada pela MSC Mediterranean Shipping Company S.A, uma das gigantes mundiais do setor de transporte marítimo de carga conteinerizada. E o que muda depois desse dia histórico? Muita coisa.

    Sinaliza mais competitividade para o mercado de importação e exportação dos dois continentes, reduz tempo de viagens e mostra ao mundo que Suape tem infraestrutura robusta. Mais ainda. Que está apto a receber grandes navios e que, apesar de quarentão, está cada vez mais eficiente quando o assunto é dar saltos de inovação e surpreender a concorrência.

     

    É de Suape um dos prêmios nacionais mais importantes do setor portuário

    Para os supersticiosos, agosto é um mês que sempre preocupa. Já em Suape, no calendário 2024, o mau presságio passou bem longe. Pelo contrário. Foi tempo de comemorar uma conquista especialíssima. O primeiro lugar no ranking do Índice de Gestão de Autoridades Portuárias (IGAP), principal categoria do Prêmio Portos + Brasil, promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos, em correalização com o Grupo Brasil Export.

    A quinta edição do prêmio traduziu o reconhecimento aos avanços de portos organizados e de Terminais de Uso Privados no Brasil (TUPs), referente às respectivas iniciativas realizadas em 2023.

    No total, os candidatos concorreram em nove categorias, mas a mais importante e cobiçada, tipo o Oscar do setor portuário, é justamente a que Suape conquistou. São levados em conta 15 indicadores para compor o Índice de Gestão da Autoridade Portuária (IGAP).

    Os avaliadores lançam um olhar perspicaz, por exemplo,  para pontos estratégicos das empresas, tais como governança e desempenho de gestão, transparência na divulgação de informações, capacidade de realização de investimentos e qualidade da gestão ambiental.

    Transição Energética

    Compromisso com a descarbonização

    O setor portuário está em rota acelerada de transformação e Suape navega nessa boa onda, em várias frentes. A expectativa é entrar, com protagonismo, no esforço planetário pela sustentabilidade. Na quarta-feira, 6 de março de 2024, deu mais um passo adiante nesse sentido. Tornou-se signatário da declaração de intenção para participação na Aliança Brasileira de Descarbonização Portuária (ABDP).

    A iniciativa foi lançada pelo Porto de Itaqui, do Maranhão, durante a 28ª Intermodal South America, uma das maiores feiras de logística, transporte de cargas e comércio exterior do continente.

    Suape passou a coordenar, desde então, um dos grupos de trabalho sobre o tema descarbonização, em parceria com o Porto de Paranaguá (PR) e o do proponente, Itaqui. A expectativa é criar o plano de descarbonização, inspirado em uma iniciativa exitosa adotada pelos portos espanhóis.

    Ao entrar neste movimento Suape está em sintonia com outras ações deflagradas dentro do seu território para reduzir os efeitos dos gases que geram o efeito estufa. Um Grupo de Trabalho de Descarbonização já foi criado na estatal.

    O desafio desses profissionais é grande, mas não menos inspirador. Promover o engajamento das empresas e de stakeholders do complexo industrial nesse que é um esforço mais do que urgente em favor do meio ambiente e do planeta.

     

    European Energy escolhe Suape para implantar primeira fábrica de e-metanol do país

    Até os mais otimistas poderiam ter dúvidas diante da acirrada concorrência, mas aconteceu. A primeira indústria de e-metanol do Brasil vai nascer em solo pernambucano, no território de Suape.

    O investimento é de R$2 bilhões e tem assinatura da European Energy, empresa dinamarquesa, que incluiu o complexo industrial na sua estratégia de internacionalização da marca levando em conta as potencialidades do país e de Pernambuco na caminhada pela transição energética.

    A fábrica ganhará forma e produtividade em uma área de 10 hectares, localizada nas imediações do Estaleiro Atlântico Sul. Por lá irão transitar 250 trabalhadores, responsáveis pela mão de obra que vai impulsionar o desenvolvimento de uma economia limpa. Outros 15 mil empregos devem ser gerados de forma indireta.

    O projeto, que será deflagrado em 2025, com expectativa de conclusão em 2028, seguirá o modelo da moderna planta da Energy, na Dinamarca. A estimativa é de que 100 mil toneladas de e-metanol sejam movimentadas por ano no atracadouro pernambucano.

    Combustível limpo que pode ser usado em transporte rodoviário, marítimo e aéreo, o e-metanol é obtido de fontes renováveis e livre de emissões poluentes, sobretudo quando é produzido a partir de uma matriz de hidrogênio verde. Que é a proposta para Suape.

    O e-metanol é obtido a partir da eletrólise da água. Um processo deflagrado por meio da energia elétrica de uma fonte como pilha ou bateria, força uma reação química e que, por fim, separa o hidrogênio do oxigênio. É nesse virtuoso mercado que Suape emplacou a sua marca.

    O e-metanol da European em Pernambuco já tem pelo menos um cliente certo. Vai abastecer os navios da também dinamarquesa A.P Moller-Maersk, gigante do segmento do setor marítimo que está construindo um terminal de contêineres 100% elétrico em Suape. O primeiro da América Latina.

     

    Presença na ONU

    Suape não perde nenhuma oportunidade de se mostrar ao mundo. Não foi diferente em outubro de 2024. A empresa foi a única representante brasileira do seu segmento econômico a participar da 15ª Reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em Genebra, na Suíça.

    A vitrine não poderia ser mais importante. Ainda mais quando a pauta lança luz sobre questões que estão na linha de prioridades do complexo: sustentabilidade e transição energética.

    A ONU deu ênfase a temas importantes, relacionados às commodities energéticas, por meio de atração de empresas com expertise em pesquisa e produção de hidrogênio verde, e-metanol, biocombustíveis, entre outras fontes de energias renováveis.

    Evolução ao longo do tempo

    Nos documentos oficiais, consta a data formal de nascimento do Porto de Suape. Esse gigante da economia e do desenvolvimento de Pernambuco veio ao mundo em 7 de novembro de 1978 sob a forma da constituição da pessoa jurídica nomeada como SUAPE - Complexo Industrial Portuário. Mas a história da megaestrutura, que é hoje um dos líderes na movimentação entre os portos públicos do Nordeste e figura entre os maiores atracadouros do país, começou muitos anos antes.

    Foram séculos, na verdade, numa trajetória que se confunde com a própria história de Pernambuco. O início da especulação do local como o lugar ideal para a instalação de um atracadouro remonta à época da colonização portuguesa, quando os navios vindos de além-mar desembarcaram na região.

    Mais tarde, os holandeses, conhecidos pela avidez em criar obras estruturantes para a então capitania de Pernambuco, também se enamoraram pelo potencial do local. Mas foi somente em 1960 que a intenção de transformar a área localizada entre a foz dos rios Massangana e Ipojuca não somente em um porto, mas em um complexo que contemplasse a carga e a descarga de navios e um agrupamento industrial começou a ganhar corpo.

    Além das vantagens geográficas, uma questão estratégica foi fundamental para que o plano se transformasse em um projeto de fato: os poucos mais de 40 quilômetros que separam Suape do Recife. Isso tornava o local mais do que ideal para a chegada e o escoamento de mercadorias de forma ágil, gerando mais demanda de exportações e importações. Assim, foram iniciados os estudos de viabilidade da obra.

    No começo da década de 1970, veio a confirmação do governo estadual sobre a instalação de um dos grandes motores da economia pernambucana em Suape. O Plano Diretor, inspirado em complexos semelhantes instalados em Marselha-Fos, na França, e em Kashima, no Japão, começa a ser elaborado em 1973 e fica pronto dois anos depois. No ano seguinte, é lançada a pedra fundamental do empreendimento pelo então governador Eraldo Gueiros.

    O projeto se acelerou com a entrada de Suape no II Programa Nacional de Desenvolvimento (PND), do governo federal, focado na geração de energia, na produção de insumos básicos ( petróleo, alumínio e aço) e de bens de capital. Em 1976, um grupo interministerial começa a trabalhar para avaliar a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto.

    No ano seguinte, tiveram início as desapropriações de terras e as obras de infraestrutura portuária, sistema viário interno, abastecimento de água, energia elétrica e telecomunicações. Em 1978, o Complexo de Suape chega oficialmente ao mundo, por meio da Lei Estadual nº 7.763 que lhe deu nome e missão: administrar a implantação do distrito industrial, o desenvolvimento das obras e a exploração das atividades portuárias.

    Exatos cinco anos e um dia depois, em 8 de novembro, o porto inicia as operações com a atracação do navio Araxá no recém-inaugurado Píer de Granéis Líquidos (PGL-1), na primeira operação para levar o álcool produzido na zona canavieira de Pernambuco para outros estados. E foi só o começo de muitas e dessa importante história.

    Entrevista - Anchieta Hélcias. Jornalista e empresário que integrou o grupo de idealizadores do complexo industrial e portuário, conhecido como célula Suape.
    Entrevista - Anchieta Hélcias. Jornalista e empresário que integrou o grupo de idealizadores do complexo industrial e portuário, conhecido como célula Suape.
    Entrevista - Anchieta Hélcias. Jornalista e empresário que integrou o grupo de idealizadores do complexo industrial e portuário, conhecido como célula Suape.
    Livro

    Os 45 anos do Complexo Industrial Portuário de Suape não simbolizam, apenas, um marco de maturidade de um projeto que se expandiu, evoluiu e segue sendo uma base importantíssima para o desenvolvimento econômico do estado. Mais do que isso, a data mostra o quanto Suape ainda tem a crescer, levando a reboque a prosperidade de Pernambuco e do país.

    Essas e muitas outras nuances da trajetória de Suape foram compiladas em livro comemorativo, que, em 208 páginas, entre fotos e textos, convida o leitor a revisitar o passado, transitar pelos acontecimentos da atualidade e mergulhar nas perspectivas promissoras do futuro.

    Você vai entender como tudo começou, de forma visionária, desde quando o porto- indústria era uma mera ideia arrojada. Vai passear pelo processo de transformação de um projeto, até então inovador no país, em um megaempreendimento. E mais: vai saber o que está por vir. Prepare-se porque tem muita coisa boa para acontecer no complexo.

    A publicação é também um registro essencial sobre a dimensão que Suape tomou, com seus 12 polos industriais, e de sua enorme força motriz transformadora que mudou direta e indiretamente a vida de milhares de pernambucanos.

    Suape segue firme, forte, sustentável, inovador e com um enorme potencial para impulsionar a nossa economia. Venha conhecer essa história e se surpreender. O livro Suape 45 anos, também na versão em inglês, está disponível, aqui, para consulta e download.

    Boa leitura!

    DEPOIMENTOS

    Suape foi construído por muita gente, por muitas mãos. E nada melhor do que ter essa história revisitada por profissionais que contribuíram e contribuem, dia após dia, para que o complexo industrial siga crescendo e se desenvolvendo cada vez mais.

    ESG

    Em mais de quatro décadas, Suape pavimenta o caminho da sustentabilidade com ações focadas no meio ambiente, responsabilidade social e boa governança.

    No caminho da sustentabilidade e das boas práticas

    Em Suape, a pequena sigla que é hoje obrigatória em qualquer empresa, vai bem além do seu real significado. A tríade meio ambiente, responsabilidade social e governança responsável, condensada no termo ESG (do inglês environmental, social and governance) assume práticas tão diversificadas quanto às atividades desenvolvidas no complexo. 

    Em quatro décadas e meia de existência, Suape pavimenta o caminho da sustentabilidade sob suas diversas formas, adotando-as como um novo pilar de crescimento e de desenvolvimento. As ações práticas da agenda ESG já são rotina em todas as áreas do complexo. São elas, por exemplo, que norteiam a preocupação com a descarbonização, guiam a transição energética focada em geração de energia verde, ajudam a preservar o capital ambiental e estimulam a partilha do desenvolvimento com as comunidades que vivem no seu vasto território. 

    Além do trabalho interno, Suape tem olhado com cuidado para as iniciativas sustentáveis das instituições parceiras, fazendo questão de andar ao lado de empresas que partilham objetivos semelhantes. A preocupação culminou com o lançamento, em setembro de 2023, do Open Innovation.

    Trata-se de um novo modelo de gestão que acelera a inovação nas empresas do complexo por meio de parcerias com outros empreendimentos, universidades e Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica (ICTs). O intuito é trocar conhecimentos e pensar em soluções inéditas para uma série de questões.

    Uma das formas de compensação ambiental em Suape é o grande viveiro florestal, capaz de produzir, todos os anos, mais de 450 mil mudas de mais de 80 espécies nativas da Mata Atlântica. Uma verdadeira pequena floresta repleta de aroeiras, sucupiras, mutambas, visgueiros e maçarandubas.

    Graças à restauração florestal, trabalho feito com a participação de pessoas das comunidades locais, como os moradores de Algodoais e de Massangana, 8 mil hectares de Mata Atlântica voltaram a ter vegetação nativa, com o plantio de três milhões de mudas. Atualmente, dos 17,3 mil hectares do complexo, 59% fazem parte da Zona de Preservação Ecológica (ZPEC). 

    Além disso, os  moradores do território de Suape instalados na zona de preservação são capacitados para desenvolver agricultura orgânica sem agressão ao bioma, uma prática triplamente sustentável. Ganham as comunidades, o meio ambiente e o próprio complexo, numa convivência harmônica e de cooperação mútua. 

    Após a implantação do Sistema Agroflorestal, cada agricultor ou agricultora terá uma área para desenvolver o plantio. A partir do momento em que a produção saudável ganhar volume, as comunidades, com a intermediação de Suape, vão vender a produção às empresas do complexo para alimentação dos funcionários. E já existe até uma rede de potenciais clientes. Somente a Refinaria Abreu e Lima oferece 2,5 mil refeições aos colaboradores três vezes ao dia, uma demanda capaz de fazer a engrenagem do projeto girar rapidamente.

    FUTURO

    Avanços e desafios

    Longe de ser uma mera idealização, para Suape o futuro é palpável e está logo ali. O foco é 2035, ano em que a meta do Plano Diretor atualmente em execução deve ser atingida. O fio condutor é um planejamento estratégico inovador e a antecipação de uma série de desafios.

    As perspectivas são otimistas, com projeções de crescimento, novas ações de sustentabilidade, investimentos estruturantes, avanço econômico e desenvolvimento social. De acordo com as projeções atuais, a movimentação de cargas pode crescer 64%. Também deve haver um crescimento notável da área de cais, com uma ampliação de cinco vezes a extensão atual, fazendo-a chegar em dez quilômetros. 

    Nos planos para o médio prazo, há a expectativa de que Suape assuma o posto de hub port da América do Sul. Isso deve colocar o complexo numa posição de protagonismo na atração de importantes operadores e armadores de linhas regulares. Mas o progresso também chega por terra, na forma de ferrovia. 

    O projeto ganhou fôlego novo e promete, enfim, se tornar realidade após ser recolocado nos planos atuais de investimento do Governo Federal, com a previsão da construção de um trecho de 548 quilômetros ligando Salgueiro, no Sertão pernambucano, ao Complexo Industrial Portuário de Suape, no litoral. O investimento para a realização das obras, oriundo do  Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é de R$ 5 bilhões.

    Isso vai reformular a logística da movimentação de cargas em todo o Nordeste e promete impulsionar uma nova fase de desenvolvimento acelerado na região. Graças à nova malha ferroviária, deve haver um redesenho nos modais de transporte de grandes volumes, que hoje dependem fundamentalmente de estradas e de caminhões.

    Como consequência da ferrovia, e considerando a operação de um terminal de minérios e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) dotada de um segundo trem de refino, a movimentação do porto deve chegar a impressionantes 48,6 milhões de toneladas em 2030. O novo modal também tem o potencial de estimular fortemente mercados hoje limitados pela questão logística, como a distribuição das frutas cultivadas no Vale do São Francisco e da produção de gesso que movimenta diversas indústrias no Sertão do Araripe.

    Mas a área de influência das novas possibilidades logísticas criadas pela união de forças da ferrovia e de Suape ultrapassa as divisas de Pernambuco. Outro enorme mercado que tem muito a ganhar é o chamado Polígono MATOPIBA. A região –  formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – concentra uma produção expressiva de grãos como soja e milho. Por causa das limitações no transporte, esse volume expressivo de carga não passa atualmente por Suape, mas isso deve mudar, e muito, com esse projeto estruturado, transformando o complexo num importante ponto logístico para o escoamento da produção. As conexões com o Brasil e com o mundo ficam ainda maiores e mais fortes. 

    Nas imagens, veja projeções de como será o TechHub Hidrogênio Verde, o Terminal de Regaseificação, além do trabalho da draga para aumentar o calado do Porto Externo e do Porto Interno, imagens da ferrovia ( que será retomada) e dos ativos ambientais de Suape.

     

    Estudo inédito aponta potencial bilionário de investimentos no complexo

    Se olhar para o futuro faz bem, imagina quando as projeções desenham um cenário otimista. Suape sabe disso e está atento ao que vem pela frente. Um estudo de Complexidade Econômica elaborado pela Organização das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (ONU) e pelo Observatório da Indústria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai/PE), revela números que traduzem um enorme potencial de captar novos negócios.

    A capacidade do complexo industrial e portuário de atrair investimentos, de acordo com o estudo, é estimada em US$2,24 bilhões. A previsão também traz boas novas para o mercado de trabalho e para a economia.

    Podem ser gerados 19 mil empregos, diretos e indiretos, com incremento de 3,13% (US$163,5 milhões) no Produto Interno Bruto de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho, municípios que abrigam o território de Suape.

    Tomando como referência sua atual base industrial, que agrega 83 empresas e em 12 polos industriais, o Complexo de Suape tem condições de expandir sua atuação, aumentar a complexidade dos produtos que fabrica e competir de maneira mais intensa em mercados globais.

    Ásia e Europa são duas regiões, em especial, que surgem com mais oportunidades de negócios. O estudo, que levou cerca de nove meses para ser concluído, aponta que os novos potenciais estão em 141 produtos, em seis setores prioritários, tais como máquinas e aparelhos mecânicos; veículos; ferro e aço.

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