Porto investirá em tecnologia para aumentar eficiência

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Por Paula Lourenço

Os operadores de terminais de cargas, armadores de navios, operadores logísticos e caminhoneiros devem ter maior ganho de tempo e eficiência em suas atividades no Porto de Suape. O vice-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Bernardo D’Almeida, anunciou, nesta quinta-feira (21/5), em reunião com técnicos da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), em Ipojuca, que vai aderir a dois projetos de inteligência e automação da pasta contidos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Os projetos tecnológicos devem atender, ao todo, 22 portos no País, com R$ 277,3 milhões previstos da União, afora as contrapartidas das administrações das companhias docas ou empresas delegadas, no caso de Suape.

“Como estamos em período de definições de orçamento, é preciso que haja demonstração de interesse por parte das administrações portuárias em optar pelos projetos, bem como ter compromisso com as execuções de suas etapas”, pontuou o técnico da SEP Tetsu Koike, da Coordenação Geral de Gestão da Informação do Departamento de Informações Portuárias da SEP. O vice-presidente de Suape informou, por sua vez, que o porto pernambucano encaminhará de imediato à SEP a relação do grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo as diretorias de Gestão Portuária e de Planejamento e Gestão, que se dedicará aos projetos. “Estamos inseridos no processo e vamos lutar para garantir parte desses recursos”, declarou D’Almeida.

O Sistema de Gerenciamento da Informação do Tráfego de Embarcações, conhecido por VTMIS (da sigla em inglês para Vessel Traffic Management and Information System) e a Cadeia Logística Portuária Inteligente (CLPI) já estão previstos no novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento Portuário (PDZ) de Suape, que será elaborado a partir do próximo semestre. O PDZ em vigor em Suape é de 2010 e foi o primeiro a ser aprovado no País. “Acreditamos que investir em tecnologia é a tendência para avançarmos no aumento da eficiência e, consequentemente, no volume de movimentação de cargas no nosso porto”, destacou o vice-presidente. No primeiro trimestre deste ano, Suape movimentou 4,9 milhões de toneladas, devendo chegar a 20 milhões até dezembro. Em 2014, 15,2 milhões de toneladas de produtos circularam pelo porto pernambucano.

O VTMIS é um auxílio eletrônico à navegação, com capacidade de monitorar navios em tempo real dentro do porto e na área de fundeio, onde as embarcações aguardam para fazer a atracação nos píeres e cais. O sistema também observa outros aspectos, como as condições meteorológicas, por exemplo. “Isso aumenta a eficiência e a segurança portuária e, se você mostra que é seguro, significa que você é mais competitivo”, frisou Koike. Cinco portos já foram contemplados pela SEP com o programa e estão em fase de elaboração do projeto básico e executivo do VTMIS. Encontram-se em estágio mais avançado de implementação do sistema os portos de Santos, em São Paulo, e de Vitória, no Espírito Santo.

No caso do CLPI, o benefício será para o acesso portuário via modal rodoviário. “O sistema realiza um agendamento e sequenciamento prévios para o acesso ao porto, fazendo o cálculo automático da fila virtual dos caminhões, que aguardarão o chamado para transporte da carga num truck center. Atualmente, Suape negocia a operação de um espaço voltado aos caminhoneiros nas suas imediações. Duas tecnologias serão usadas para identificar os veículos, o OCR (sigla em inglês para Optical Character Recognition), ou reconhecimento ótico de caracteres, e o RFID (sigla em inglês para Radio-frequency Identification), ou identificação por radiofrequência. Os veículos deverão instalar uma etiqueta de radiofrequência no para-brisa dianteiro que permitirá o registro de sua passagem pelo porto”, detalhou Koike, lembrando que este sistema já é amplamente utilizado nas praças de pedágio das rodovias concessionadas no País.