Suape indeniza 232 posseiros para preservar áreas ecológicas e instalar novas indústrias

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Por Paula Lourenço

Dos 13,5 mil hectares de seu território, Suape destina 59% para preservação ecológica e outra parte para a instalação de indústrias, terminais e arrendatários portuários e prestadores de serviços. Porém, há comunidades que vivem nessas regiões e, por isso, precisam ser indenizadas para se realocarem em outras áreas. Em 2014, a administração do Complexo negociou com 232 posseiros, pagando R$ 13,2 milhões em indenizações por suas benfeitorias (imóvel e plantações). Noventa e quatro desse total de moradores saíram da área que abrigará o Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, no Cabo de Santo Agostinho.

No Nova Vila Claudete, já foi iniciada a terraplenagem para a construção de 2.620 casas pelo Programa Minha Casa Minha Vida, para serem entregues em 2016 justamente aos posseiros do território de Suape. O projeto de R$ 235 milhões e que beneficiará 6,8 mil famílias também inclui a consolidação (melhoria social e de infraestrutura) de oito comunidades do entorno: Vila Cêpovo, Massangana I e II, Gaibu, Vila Suape, Vila Nova Tatuoca, Vila Nazaré e Vila Claudete.

As moradias do habitacional Nova Vila Claudete contemplarão os posseiros urbanos. No entanto, em 2013, 126 famílias de agricultores remanescentes dos engenhos Ilha e Jurissaca, área que abrigará a Companhia Siderúrgica Suape, foram realocados no Assentamento Valdir Ximenes, em Barreiros, na Mata Sul do Estado. Neste ano, estas mesmas famílias que estão morando nos 1,1 mil hectares do Assentamento Valdir Ximenes passaram por um cadastramento socioambiental, organizado por Suape, para realização de oficinas de meio ambiente, capacitações agrícolas e interlocução com a prefeitura do município.

Outras áreas de engenho foram desapropriadas pelo Estado no fim de 2013 para assentar as famílias agricultoras que vivem no Complexo. Ao todo, são 1.887 hectares em dois municípios da Mata Sul de Pernambuco que, desde outubro deste ano, vêm passando por mapeamento e georreferenciamento com drone (aerolevantamento remoto), certificações dos imóveis rurais e elaboração de projetos para o parcelamento das terras. Suape contratou o serviço ao Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) ao custo de R$ 346,5 mil e as atividades devem ser concluídas em janeiro de 2015 para realocar famílias já a partir do próximo mês de fevereiro.

ENTREGA DO PRIMEIRO HABITACIONAL - Em 2014, a administração de Suape conquistou um marco na área de gestão social com a entrega, em março, do primeiro habitacional: o Conjunto Habitacional Vila Nova Tatuoca, próximo à Praia de Suape. Os beneficiados com as 75 moradias são ex-moradores da Ilha de Tatuoca, que hoje comporta os estaleiros. As residências têm 48 metros quadrados, com terraço, sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço. O investimento no habitacional foi de R$ 7,5 milhões, incluindo terreno, construção das casas e infraestrutura, este último item financiado pela Caixa Econômica Federal no valor de R$ 3 milhões.