Projeto é promovido por Suape em parceria com o Serta, em comunidades consolidadas do território
Alimentos livres de agrotóxicos, sistemas sustentáveis e inteligentes que promovem segurança alimentar e podem gerar renda. O mais novo Laboratório Vivo de Ecotecnologias do território de Suape foi inaugurado, no último dia 30, na Praia de Gaibu, no município do Cabo de Santo Agostinho, com direito a apresentação do grupo de capoeira da Associação de Moradores. O equipamento vai auxiliar famílias locais na produção e comercialização de diversos alimentos como hortaliças, frutas, peixes e galinhas.
O projeto acontece em parceria com o Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), contratada por Suape para fomentar o desenvolvimento das famílias que residem no território. O projeto já chegou às comunidades de Nova Vila Claudete, Massangana, Assentamentos Bruno Maranhão (Sacambu) e Ximenes.
"A ideia desse projeto é que os membros das comunidades consolidadas de Suape multipliquem o aprendizado na construção dos laboratórios e repliquem nas suas casas. É fazer com que as pessoas sejam agentes transformadores, dividindo conhecimento e, consequentemente, ajudando no desenvolvimento social e econômico da região. O próximo laboratório a ser inaugurado será em Nova Vila Tatuoca, no próximo mês, afirma o Diretor de Sustentabilidade de Suape, Carlos André Cavalcanti.
O equipamento, que foi construído com técnicos do Serta em conjunto com os moradores, foi carinhosamente nomeado de Laboratório Vivo de Ecotecnologia José Alonso Tomás Filho, em homenagem a um antigo membro da comunidade. "Estou muito feliz de estar participando desse projeto e ter esse laboratório no nome dele", falou emocionada Jane Marques, esposa do seu Alonso. O laboratório está localizado na Associação de Moradores da Praia de Gaibu, em um espaço de aproximadamente 130m². No local estão instaladas 12 ecotecnologias: cisterna de ferro e cimento, aquaponia, minhocario, composteira caseira, fechamento automática da porteira, hidroponia de milho, sistema agroflorestal, farmácia viva, horta em pneus, sistema de captação de água e chuva e horta em garrafa pet.
"Nos dias 11 e 12 de novembro, dez membros da associação de Gaibu vão realizar o curso de inclusão socioprodutiva na sede do Serta, em Glória do Goitá. São dois dias de imersão em conteúdos relacionados à agroecologia, que tem como objetivo promover a segurança alimentar das famílias e geração de renda, com a comercialização dos alimentos que eles produzirem. O curso é para capacitá-los e também mostrar a eles que as experiências apreendidas na construção do laboratório devem ser replicadas na casa de cada um", disse Germano Barros, gestor fiscal do projeto pelo Serta.
"Esse laboratório vai ser de grande importância, principalmente para os nossos grupos dentro da associação, como o de mulheres, de família e de idosos que nós temos aqui, para a autoestima deles. E o laboratório é tudo. É onde vamos poder colocar a mão na terra e plantar e em seguida colher. Um alimento sadio que é para a nossa família. A gente pode comprar um alimento em qualquer canto, mas não sabemos a origem, principalmente o nível de agrotóxico e aqui temos alimentos totalmente livre deles. A parceira de Suape e do Serta foi fundamental para que possamos ter uma sustentabilidade na nossa comunidade", ressalta Maria Elidineide da Rosa, presidente da Associação de Moradores de Gaibu.